13/01/2015

A CARNE MAIS BARATA DO MERCADO É A CARNE NEGRA

Não podemos entender, até que ponto a morte coletiva ou individual comove a humanidade?


Foi visto por todo mundo a poucos dias um ato de terrorismo que ultrajou a liberdade e o direito a vida.

Na quarta-feira (7), por volta de 11h30 (8h30, no horário de Brasília), dois homens  aos gritos de "Allah akbar" (Alá é grande) vestidos de preto, encapuzados e armados com fuzis automáticos abrem fogo na redação de "Charlie Hebdo" um dos mais importantes Jornal da França. aos gritos de "Allah akbar" (Alá é grande).

"Reações comovidas tomam conta do mundo inteiro, com o lema "Je suis Charlie" (Sou Charlie) espalhado nas ruas e nas redes sociais, bem como homenagens de chargistas em todo o mundo por meio de desenhos. Durante a noite, mais de cem mil pessoas manifestam na França e várias outras se reúnem em outras cidades do mundo, inclusive no Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo".

Enfim, todas as pessoas ocupantes existentes em um mundo pseudo civilizado deve sim repudiar qualquer tipo de manifestação sejam elas de Governos ou organizações terroristas que venham a atentar contra a dignidade humana, que não respeitem, que não demostrem zelo a liberdade de expressão e a diversidade cultural de um povo. 

O que houve foi imoral uma afronta aos bons costumes e ao bem maior "a vida", mas creio que não seja só em Paris que acontecera tais fatos horripilantes, o mundo está se acabando em sangue e ninguém se reúne para protestar a respeito.

Na África, em lugares indefinidos, assassinos fazem da morte um manifesto solidário a todos.

E porque em pleno terceiro milênio em plena era cibernética absolutamente ninguém faz nada para mudar essa triste rotina onde nossos irmãos africanos e outros povos mundo a fora são submetidos a centenas de anos?

Cinco dias antes do atentado ao jornal  Charlie Hebdo na França moradores da pequena cidade de Baga no nordeste da Nigéria, quase na fronteira com Chade crianças jovens e idosos foram atrucidados mortos covardemente sem nenhuma clemencia por assassinos denominados de combatentes do Boko Haram.

Não houve chefes de Estados entrelaçando seus braços e ninguém marchou em solidariedade por eles nas ruas de alguma capital do mundo – de fato, muitas pessoas mal ficaram sabendo da tragédia nigeriana, ocorrida dias antes dos assassinatos na França. Isso aconteceu há dez dias e muitos dos corpos continuam estirados no local onde tombaram. As mortes estimadas pelas autoridades do país podem passar de duas mil – um sobrevivente afirma que não conseguiu andar por cinco quilômetros sem pisar em algum cadáver.



No domingo (11), diversos líderes africanos voaram para Paris a fim de participar da marcha pela liberdade de expressão e contra o terrorismo, apesar de muitos não terem conseguido sair na foto principal. Não noticiou-se nenhuma prestação de condolência por parte deles em relação à tragédia que ocorreu em seu próprio continente – na realidade, nem mesmo o presidente do país, Goodluck Jonathan, se pronunciou sobre o massacre em Baga.

Morte de 800 mil pessoas em Ruanda, em 1994, e de mais de 6 mil vítimas do vírus ebola, em 2014, por diversos países na África Ocidental – antes que o Ocidente começasse a se indignar com as tragédias –, o editor do jornal The Namibian, Wonder Guchu, tirou apenas uma conclusão: “É solitário morrer na África”


Ser Negro e Pobre , num mundo voltado plenamente a interesses econômicos, vergonhosamente, desde o nascituro, já se nascem condenados por crimes que não são seus, tem desdenhada sua existência,  e suas lágrimas de sofrimento, um dia inundará o mundo de remorsos por não ter feito nada para amenizá-las. Num mundo onde a cor e a condição social dar a conotação dos fatos, a carne mais barata do mercado é a carne negra.



Beto Nazário



Âme n'a pas de couleur, je suis aussi en noir
  
Alma não tem cor, por isso também sou negro.





Tenho dito,











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