05/01/2015

folclores e samba num beco de bamba


É SÓ NO BECO DA LAMA QUE O BECO SEM SAÍDA É BEM ALÍ...

Estava no beco, 
num beco sem saída,
mas na verdade 
não queria sair. 
Queria mesmo ficar
aproveitar tudo ali
E ver a lama do beco

- O beco tem lama?
- Você não viu?

A lama é o que nos inflama
é a poesia que se declama
São os Ébrios que amam
envolvidos pelo doce da palavra declamada
É um beco de versos e prosas.

Se vocês não sabem...
encontrei no beco a rosa,
a rosa que se diz prosa
que se finge morta
para não roubarem seu cheiro


Quero cheira-la
sentir seu aveludado aroma
E depois de bêbado 
quase em coma 
O êxtase do prazer
se fazer constante
predominante...

O beco tem Lama e você não viu?



Tenho Dito,


Beto Nazário





04/01/2015

Figuras FolclÓricas de nossa cidade NATAL-RN

Há muito ele se foi, mais quem de nós não se lembra de André o Rabequeiro? Que animavam-nos quando crianças nas ruas do centro da cidade com sua Rabeca encantada tocando modinhas de carnaval e musicas folclóricas para a alegria de todos. 

Mais como é de praxe em nossos Governos nossos Artistas sem nenhuma intenção nem tão pouco pretensão se tornara invisíveis e esquecíveis com o passar dos tempos e André Rabequeiro ficara só na lembrança de criança de nós adultos.


ANDRÉ E A RABECA QUE ENCANTAVA HOMENS E MENINOS


André, nosso velho e rabequeiro André, 
Passou a vida a tocar sua tristeza 
Pois poucas vezes o via sorrir, 

Mas sua rabeca sorria por ele,
Nas canções de alegrias sem o perceber André sorria,
Sorria quase parecendo se ferir,
Pois alegrava aqueles que tinham o porque sorrir...

Quando criança muitas vezes o vi tocar
Meus olhos paravam em seu semblante de tocador viajante
Porque pra mim André não tinha família, não tinha casa
Era como se fosse um passarinho que cantava após sair do ninho
André nos alegrava,
E nós meninos empolgados dançávamos
Embalados pelas lindas músicas de André.

Hoje as ruas do centro da cidade
Os meninos perambulam,
Transeuntes passam 
Com os olhares atentos a procura de André
A procura da mais harmônica melodia
As calçadas reduto dos shows de André,
Tornaram-se mais largas,
Deixaram de ser palcos
Para se tornarem na verdade simples calçadas.

Mais André partiu,
Tal qual como apareceu,
Sem rastos,
Sem sons,
Sem nenhuma melodia em seu nome
Sua rabeca silenciosamente foi-se indo...
E como num encanto
Desencantado André se foi...

Tenho dito,

Beto Nazário








GARDENIA TALENTO CUJO O BECO DA LAMA NUNCA ESQUECEU

SIMPLESMENTE GARDÊNIA

Figura massa, aculturada para alguns e celebridade para outros do centro da cidade.

Confundia-se naturalmente com a beleza dos becos e o talento dos boêmios.

Figura efêmera cuja beleza foi para poucos,
mas sua gentileza foi para muitos.

Por ser gentil, muitas vezes confundida, destratada,
pois Gardênia era um emaranhado de Plebeia com um toque gracioso de uma Princesa.

Sempre muito simples esquecia-se de ser vaidosa,
onde outrora as princesas mantinham a pose, Gardênia preferia os risos.

Junto aos bebuns encontrava seu eu,
eles a entendia, 
e na sua melodia Gardênia Lucia bailava
deslizava aplaudida por seus inlúcidos amigos.

E entre um boêmio e outro do beco das lamas
Ela virou seu centro,
Derramou seu pranto,
Esqueceu do manto que a cobria,
E com o frio da noite sombria dormiu,
E nunca mais foi vista.

Passando a ser a foto narcisista
Dos que se amam apenas pela vontade de amar...

Assim foi-se-indo Gardênia Lucia
Linda amada equivocada 
mas decidida a ser feliz...



Tenho dito,


Beto Nazário